sábado, 24 de janeiro de 2009

Yanomami e nós


Ter de resistir à dor.
Sem comprender por que a dor.
Ter de suportar viver a dor.
E sem merecer a dor.

Se é esse o meu destino, quem é o algoz que o traçou.
Quem me contaminou.
Quem me doou a dor.

Homem não existe para ser só animal.
A sua história é mais que corporal.
Abre o sentido para ter, a liberdade.
Com todo mundo que é seu igual,
e solidário.
Pensará...
Amará...
Sonhará...
Saberá...
Que a felicidade da cidade não tem que o mato matar.

Ai a dor vai nos unir,
O fim da dor começa é assim,
É o filho que não para de crescer,
A fruta que vai madurar,
Aquela mão, aquela paz, morena, é aquele olhar
Que é sempre, verde verdejá
É aquele gesto humano,
É aquela voz humana,
É aquele amor humano, que chega e diz que vai ficar.
Milton Nascimento

Desabafe...

No barco...