quarta-feira, 27 de maio de 2009

Desabafando...

Olho os vazos quebrados,
sob cacos de um sol intacto.
Da janela brilhante
de raios de cerâmica lançada ao fogo!
Em brasa,
em água,
cálida,
perfumada,
da transparente penumbra de um ser veemente.
Intenso irradiar de questionamentos
repletos de certeza,
constantes de dúvidas!
Por que não estás?
Já que partiste,
por que não se foi?
Por que dizes que me quer,
se o que queres me antonimeia?
Me desata da garganta o nó entrelaçado
da doce desconcertância de ser quem sou...
Quem sou?
Quem queres que eu não seja...
Quem te faz bem,
mas não queres por perto...
Quem te faz sorrir,
mesmo estando distante...
E que, quando ao lado,
finges não ver,
finges a presença não sentir...
Não faz diferença! Sou o que queres!!!
Sinto-te em mim,
como estou em ti,
por em ti pensar...
Sinto-me em ti,
porque não me esqueces,
por me quereres mesmo fingindo que não...
Não me notas... Não por não querer...
Mas para fingir que não percebes:
o que quero é o que desejas!!!
É o que já tens!!!
É a mim! que eu quero...
Pois em ti me encontro!
Quando me fazes ser eu...
Quando me arrancas do meu íntimo!
Aquilo que já sou,
tudo que sou, tudo que fui...
O que seremos! Sim, juntos!
Como sempre...
Como nunca...
Como talvez,
ou como jamais...
Seremos...

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